Bom, resolvi escrever esse texto após refletir um pouco acerca das celebrações que marcam a passagem de ano, em diversas tradições. Quando eu estava em meus primeiros anos de estudo e prática pelo caminho pagão essa questão me deixava bem confuso, porque apesar de ter inicialmente trilhado junto a grupos wiccans durante um período, nunca me senti muito à vontade em celebrar o Samhain (31/12) como o meu ano novo.
Para os celtas, esse período era considerado o ano novo, mas para outros povos pagãos, o início do ano era celebrado em diferentes datas.
Para os nórdicos o ano novo era celebrado no Yule, que marcava o período do Solstício de Inverno, uma ocasião festiva comemorada com muita festa e fartura. Para os egípcios havia o Wep Rompet, que era equivalente ao ano novo e se celebrava entre Julho e Agosto, quando o rio Nilo mudava seu nível.
Para os romanos, o ano novo já era celebrado em dezembro antes mesmo dos cristãos, pois o mês de janeiro, que é o primeiro do ano, é dedicado ao Deus Janus. Me sinto realmente confortável em seguir o calendário romano, mas na questão da contagem não levo em consideração a mesma contagem dos cristãos, pois nas tradições romanas contamos o tempo a partir da fundação de Roma.
Sendo assim, já estamos em 2.767 (Ab Urbe Condita, ou seja, desde a fundação de Roma).
Enquanto os cristãos contam os anos a partir do nascimento mitológico de Jesus, os calendários pagãos têm suas próprias contagens, que podem variar de tradição para tradição.
O que acontece hoje é que toda a diversidade do paganismo infelizmente vem sendo muito reduzida por visões que levam em consideração unicamente as tradições wiccans, mas temos que ver que somos herdeiros de muitos povos diferentes, cada um com suas próprias particularidades que devem ser respeitadas e preservadas para que as tradições não se percam.
Em relação ao calendário agrário, pelo menos aqui no nordeste, considera-se dezembro como o mês de transição entre o período seco e o período úmido, então acaba sendo um mês propício a celebrações de renovação de ciclo.
A verdade é que datas são mais importantes para a conservação das tradições e do civismo do que para a conexão religiosa propriamente dita, por isso, independente do calendário que se segue, é sempre bom considerar a diversidade e desejar um Feliz Ano Novo aos que celebram seus novos ciclos!
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