sábado, 29 de março de 2008

REFLEXÃO: Quero...Posso...devo

Querer é poder! Isso é o que diz o ditado popular; mas será que isso é uma verdade inquestionável?! Quando eu quero, eu posso, mas será que devo?! O que me faz saber se eu devo ou não devo?! O que me impede de realizar ações, sejam elas quais forem?! Se eu quero e posso; por que não faço?! Será que é pela “velha questão” de “não dever”?! Mas se a “velha questão” de “não dever” me impede de realizar o que “eu quero”, então no fundo eu não posso, pois há algo que me impede! Mas o que seria?! Ética? Valores pessoais? Moral? Medo? Seria uma questão de caráter? Ou será que seria “convenção social”?
Muita gente nem desconfia dos motivos que moldam determinados comportamentos humanos, mas a verdade é que somos marionetes de nossas própias leis e convenções sociais. Não que isso seja algo totalmente negativo, mas que às vezes pode ser determinante para a ocorrência ou não de alguns de nossos atos. A ética é um dos fatores que moldam o comportamento humano; a importância que certos pensadores dão a ética é tão grande que alguns chegam a afirmar que sem ética não haveria sociedade! De certa forma, estão certos, pois na maioria das situações é a ética quem determina o que queremos, o que podemos e, conseqüentemente, o que fazemos! Um bom exemplo disso é uma situação em que uma mulher (ocidental) alimenta desejos sexuais por um homem casado com sua melhor amiga. Nesse caso, a mulher quer transar com o homem, mas ela não o faz! E por quê?! Já parou pra pensar?! Simplesmente porque os valores éticos da mulher em questão lhe permitem visualizar tudo o que está envolvido nessa situação, lhe fornecendo as respostas pré-determinantes para suas decisões; são elas: “Quero? Posso? Devo? Nesse exemplo, a mulher quer, mas seus valores éticos indicam como errada tal atitude (tendo em vista as conseqüências), portanto, ela percebe que pode, mas não deve (a não ser que queira sofrer as conseqüências!). Sendo assim, ela não deve! E é aí que ela retorna a primeira pergunta (quero?) e conclui que não quer mais!
Cada sociedade e até mesmo cada indivíduo tem a sua própia maneira de estabelecer o que é ou não ético. O que é ético para uma sociedade pode ser totalmente inválido para outra. O que pode parecer um comportamento primordial para uma pessoa se tornar ética na visão de um indivíduo pode se tornar algo que previamente torna alguém anti-ético na visão de outro! Retornando ao caso da mulher ‘tarada”, vejamos: se ela realizasse o ato de transar com o marido da melhor amiga muitos a condenariam julgando sua atitude como anti-ética. Porém, ao mesmo tempo em que alguns julgariam a mulher de forma negativa; também teríamos quem julgasse sua atitude corajosa e sincera. Portanto, ética deve ser avaliada tanto individualmente como coletivamente, visto que é algo variável de acordo com local, contexto histórico e social, valores pessoais, convencionalismo e diversos outros fatores.

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